sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Grandes lideranças



Cada dia que se passa, tenho mais admiração pelo tipo de pessoas que com atos de agregação conseguem liderar grupos. Pessoas que com muito diálogo, respeito e muita compreensão para com seus semelhantes, conseguem criar verdadeiros grupos de admiradores pela qualidade de sua personalidade, ao contrário daqueles que o fazem através de uma postura impositiva e ditatorial.
Politicamente falando, admiro demais o presidente Lula, e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, mesmo sendo de um partido que eu detesto. E não estou colocando aqui as qualificações de cada um no governo, e sim na capacidade que têm em dialogar com diversos grupos diferentes, sem perderem a identidade, e muitas vezes tentando impor seus pontos de vista. Os dois demonstram bastante respeito por diversas opiniões, aceitam pontos de vista e procuram agregar vários grupos.
Se pegarmos o caso da mídia, podemos encontrar alguns bons jornalistas que cumprem este papel. Um deles, que eu detestava antigamente, e agora admiro demais, é o apresentador Milton Neves. Ao longo dos anos, ele foi conhecido como um cara que dava importância demais para a propaganda, mas depois de acompanhar seu programa por algum tempo, achei realmente louvável sua capacidade de assimilar e aceitar críticas. Ele é um dos raros comunicadores que têm coragem de ler críticas ferozes no ar, e agradecer a isso. Ele chegou ao ponto de ligar para mim para contestar uma crítica que eu fiz, e depois de uma certa discussão por e-mail, demonstrou respeitar o ponto de vista que eu tinha sobre o caso. Da mesma forma, admiro também o injustiçado Haisem Abak, que foi substituído pelo péssimo Datena. Abak demonstrava o que é um jornalismo suave e respeitoso, repleto de bom humor, sem perder a qualidade nem o tom crítico ao que é errado. Ao contrário de Boris Casoy, sempre áspero em seus comentários, e mostrando-se um grande preconceituoso.
Até mesmo na arte o respeito à diversidade é um elemento indispensável para a qualidade da obra. Quanto mais aberto a novas culturas é o artista, mais seu trabalho tem a ganhar com novos elementos. O enriquecimento da música, por exemplo, faz-se com associação de diversos estilos diferentes.
Num caso mais específico, minha banda preferida, o Helloween, apresenta-se como uma das melhores bandas da história por aceitar idéias de todos os seus integrantes, sem um líder que determine todos os rumos, assim como mantendo abertura para diversos estilos musicais. Mesmo sendo uma banda de heavy metal, seu álbum comemorativa de 25 anos foi um relançamento das músicas em versões pop ou com arranjos orquestrados em música clássica.
Numa vida mais real e mais próxima, uma das pessoas que eu mais admiro é meu grande amigo Igor. Desde que começou a namorar, tornou-se evangélico, freqüentador da igreja Universal. Nós discordamos, além disso, em rumos do rock, onde ele prefere um estilo mais comercial, e eu gosto mais de algo com bastante peso. Além disso, gosto de algumas coisas na MPB, coisa que ele odeia, e ele já prefere música eletrônica, o que eu acho realmente muito pobre. Mesmo assim, nossa amizade dura cerca de 20 anos, sendo que eu fui um de seus padrinhos de casamento, fazendo parte de uma cerimônia evangélica. Isso graças ao respeito que temos um pelo outro, pela diversidade de opiniões e de pontos de vista, assim como respeito às diversas preferências que cada um tem.
Este é o tipo de líder que tem que realmente ser idolatrado no mundo, aquele que consegue mover as pessoas pela admiração que criam pela pessoa que são, aqueles que conseguem motivar seus semelhantes especificamente pelo respeito, e que propagam a idéia de aceitação do diferente. Este é o tipo de pessoa que temos que idolatrar, e torcer para que sejam a maioria no mundo.

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