Nunca fui uma pessoa muito eclética
no quesito música. Acredito, como artista formado, que a música deve trazer,
assim como diversas outras formas de manifestação artística, sentimentos,
sensações e emoções ao longo de sua melodia. Acredito que a combinação de
melodia, letra e ritmo fazem com que haja uma perfeita expressão, que levem o
ouvinte a, em sua forma de intepretação, conhecer, pensar e também se
manifestar pela música.
Em virtude disso, sou apreciador de estilos
musicais que consigam trabalhar a expressão, a criatividade e técnica de forma
regular, como ocorre com o rock, a MPB, o jazz, o blues, música clássica, etc.
Não é o tipo de coisa que veremos com muita regularidade em estilos como o
samba, o axé, o reggae, entre outros. Claro, há exceções, com bons músicos
dentro destes estilos, assim como temos coisas ruins dentro dos bons estilos.
Mas o caráter excessivamente popular de estilos como os citados, aliados a uma
sociedade cuja educação decai a níveis cada dia mais alarmantes, deixa claro
que sequer há condições de realizar bons trabalhos dentro dos citados estilos.
Mesmo assim, compreendo e respeito a
necessidade destes estilos musicais. Acho o pagode, por exemplo, decididamente
uma merda, sem qualidade, sem criatividade, sem expressão. Mas atinge as
camadas mais populares em músicas que se dêem ao entretenimento, criando momentos
de diversão, como num churrasco, ou numa dança romântica. É um estilo muito
ruim, mas que não acarreta grandes prejuízos a ninguém, nem instiga a se
praticar qualquer mal. Fora que nada impede que uma pessoa ouça esses grupelhos
de pagode, mas também saiba apreciar grandes nomes da MPB.
O grande problema é que agora temos
um estilo musical que além de ser pior do que qualquer outro que já tenhamos
conhecido, traz imensos prejuízos para a sociedade, que é o funk carioca. Um
estilo musical limitadíssimo, com as mesmas batidas repetidas vezes, pessoas
que nada entendem sobre música, não conseguem entoar uma melodia vocal, por
mais simples que possam ser, e ainda por cima trazem letras que não são apenas
ruins, mas extremamente perigosas.
Falando do “lado bom”, como os
funkeiros costumam mencionar, temos o funk de ostentação. Mas pra mim pode ser
tido como o funk dos inúteis. Letras sobre festas, coisas caras a se comprar,
carros, dinheiro gasto com mulheres, etc. Nada de muito perigoso, apenas serve
pra deixar o ouvinte um completo alienado, consumidor voraz.
Depois temos o que eles chamam
carinhosamente de putaria. Músicas que enaltecem o sexo livre. Até aí, nada de
mais. Já me coloquei como favorável ao tema, inclusive defendendo o direito das
mulheres a terem quantos parceiros quiserem, sendo livres sexualmente. Mas sou
favorável ao direito delas terem prazer, sem por isso serem tratadas como lixo.
Não posso entender como um estilo musical que as trate como um mero pedaço de
carne, onde se pode bater, espancar e depois jogar no lixo, pode ter qualquer
tipo de adeptos. E para piorar, serem boa parte desses adeptos, mulheres! Será
que o que elas gostam mesmo é serem tratadas como escória?
Temos também a mais conhecida, que é
a apologia ao crime. Funkeiros demonstrando seus atos criminosos, se
vangloriando de quem roubaram, de quem mataram. Estimulando as pessoas a
fazerem o mesmo, ou matarem policiais ou quem ousa se colocar em seu caminho.
Um estilo que me enoja por completo, pois apologia ao crime também é crime, e
estes seres deveriam ser tratados como criminosos que o são, e não como
músicos, pois de músicos não têm nada.
Por isso, apesar de não gostar de
muita coisa na indústria musical, o funk é algo que deve ser repudiado por toda
a sociedade, tratado como lixo que é, sabendo que está ajudando a degradar
valores que deveríamos estar tentando recuperar, promovendo criminalidade e o
desprezo por diversas classes sociais, e até mesmo pela figura da mulher. Essa
merda não deve ser tratada como uma opção musical, porque está longe de ser
apenas isso.
Gostei muito de sua critica, fico triste que muitas pessoas "sem querer" incentivam esse tipo de sujeira.
ResponderExcluirVamos tentar manter a esperança de que isso um dia acabe.
Abraços.