quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O engodo das privatizações


Uma das características mais marcantes do governo PSDB/DEMO foram as malditas privatizações. Vender o que é do Estado para a iniciativa privada, fazendo parte do processo de neoliberalismo, tão defendido pelos dois partidos.
Nos oito anos de governo FHC e nos dezesseis anos tucanos em São Paulo, perdemos muita coisa: o sistema de telefonia foi privatizado, o sistema de energia elétrica praticamente todo, bancos, etc. A última cartada foi a privatização do Banco Nossa Caixa pelo governo Serra em São Paulo. O preço da venda foi considerado muito inferior ao que valia, uma vez que o banco sempre trouxe um grande lucro para os cofres paulistas. A sorte, em termos, foi que o comprador foi um banco federal.
Os serviços básicos, que são obrigações constitucionais do Estado, são passados para a iniciativa privada, que por sua vez têm como único intuito o lucro. Com isso, cobram tarifas cada vez mais caras dos consumidores, recebem benefícios do governo, e pela falta de concorrência, muitas vezes prestam um serviço de péssima qualidade, como é o caso da Telefônica.
Para acabar com o monopólio e o despreparo, e até mesmo o desrespeito de tais empresas, são necessários anos e anos, com medidas judiciais e até mesmo divulgação ampla e intensa da mídia, o que muitas vezes não acontece. Com isso, a maior parte dos consumidores fica nas mãos deste tipo de gente.
O Estado, por sua vez, abre mão de empresas que dão lucros enormes, apenas para não terem gastos com estrutura e mão de obra (gastos estes que são menores do que os valores obtidos, na maioria das vezes). Assumem assim, a total incompetência para administrarem, demonstrando claramente que foram a escolha errada, pois não são capazes de cumprirem as nossas leis, inclusive a nossa lei maior, garantindo serviços essenciais à população.
O governo Serra chegou ao cúmulo ao criar um projeto de lei onde 10% das vagas em hospitais públicos seriam destinadas à iniciativa privada. Por um milagre a imprensa reagiu ferozmente, assim como a população, e o canalha acabou por recuar nessa sua intenção. Fora que, como professor, foi colocado em pauta várias vezes a questão da necessidade da iniciativa privada tomar conta da educação, pelo fato do Estado não conseguir dar conta do mesmo. Imagina só uma empresa contratando professores, e demitindo quando bem entender, e dizendo o que pode e o que não pode ser ensinado.
O povo ainda não aprendeu que os bens públicos são nossos. Nós decidimos se eles devem ser vendidos ou não, e não um bando de engravatados que se julgam acima do bem e do mal. Estamos perdendo paulatinamente tudo o que temos, todos os nossos bens porque somente reclamamos e não temos coragem de fazer nada. E quando temos a oportunidade, damos cerca de metade dos nossos votos para uma enganação como Geraldo Alckimin...

Nenhum comentário:

Postar um comentário