segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A queda e o fim... – parte 1

Vinte e quatro horas por dia com uma máquina de oxigênio para poder respirar. Dezenove medicamentos, incluindo alguns para cortarem o efeito devastador de outros que agiriam no estômago. É o que vi acontecer com meu avô, por causa do cigarro. Ele sempre foi um daqueles caras meio “armário”, grande, forte, com uma voz impositiva. E, depois de doze anos consumido por um enfisema, terminou seus dias precisando de ajuda para tudo, extremamente magro, com olhar morto e com várias paradas respiratórias.

A cena de vê-lo daquele jeito jamais sairá da minha mente. É bem verdade que eu sempre tive muitos problemas de relacionamento com a parte da família a qual ele pertencia, mas nunca desejei nada de mau a ninguém, especialmente meus familiares. Mas, é de cortar o coração você ver alguém terminar seus dias assim. Uma morte que durou doze anos.

Graças a isso, eu tenho um ódio por cigarro, que não pode ser explicado em palavras. O efeito devastador que esta porcaria pode causar na vida de uma família, não pode ser descrito em palavras. É uma morte mental, lenta, dolorosa, torturante. E não há cura.

Eu costumo ser aquele cara chato, que fica enchendo o saco das pessoas fumantes ao meu redor. Via de regra eles me xingam, dão risada, dizem que vão falar. Na verdade, eu geralmente falo em tom de brincadeira, para não parecer mais chato do que eu sei que já sou, pois cada um tem direito de se matar da maneira que quiser, uma vez que são donos das próprias vidas. Mas talvez, se soubessem um pouquinho do mal que irão sofrer quando o tempo chegar, e mais, se soubessem o que farão com que seus filhos e irmãos passem, toda a dor que irão causar às suas famílias, creio que não fariam metade do que estão fazendo.

Logicamente, todos morreremos um dia. Poderemos ter o azar de contrairmos uma doença grave e incurável, como um câncer ou até AIDS, ninguém está livre disso. Mas, daí a fazer com que uma doença devastadora venha até nós por livre e espontânea vontade, é um pouquinho demais. Ao contrário do que dizem, creio que estas pessoas não fazem a menor idéia daquilo que fazem a si mesmas, e aos outros.

Um comentário:

  1. Concordo, e confesso, que por motivos diferentes, me tornei uma "mala sem alça" quando encontro fumante atrapalhando o meu caminho, seja na fila da lotação, seja andando na rua como uma "Maria fumaça" deixando a droga da fumaça só para que que venho atrás respirar e me matar por tabela, e como já te disse pessoalmente a Lei anti-tabaco, é boa, mas acabo enfrentando mais problemas quanto a isso, pois os fumantes agora ficam nas calçadas e poluindo o ar das Avenidas, principalmente a Av. Paulista, mas como isso não tem uma solução, eu desvio e pronto

    Mas o pior caso, são as filas de ônibus/lotação, aonde tem uma cobertura para proteger da chuva ou do sol, que não é um lugar proibido de fumar, ou seja, eles ficam com as drogas das fumaças empestiando todo o ar

    O que faremo meu caro amigo? que mundo daremo a nossos filhos? isso o que me pergunto dia após dia!

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