Eu lembro que a propaganda política
do atual presidente, ainda nas eleições, além de se colocar como
anti-PT, anti-esquerda, era como o representante mais indicado da
direita para chegar ao poder. Na época a imprensa mundial, como um
todo, bem como a maior parte da imprensa brasileira, classificaram o
cara como extrema direita. Hoje, pra mim, ele não passa de um
psicopata transtornado, que prega o extermínio e o fim de minorias.
Se alguém se deu ao trabalho, ao
longo de toda essa disputa, de pesquisar os conceitos de esquerda e
direita, deve ter percebido que a definição é extremamente
complexa. Não existe um consenso mínimo sobre o assunto.
De uma forma bem simples e resumida,
enquanto a esquerda prega uma maior participação do Estado na vida
social, buscando equilibrar desigualdades e ajudar os mais
necessitados, a direita quer a participação mínima do Estado,
maior liberdade econômica e livre iniciativa, pregando que serão
essas as medidas necessárias para a melhoria da sociedade.
Essas ideias combinam um pouco com as
falas do economista do governo, que eu diria ser a cabeça pensante
nesse meio, apesar de discordar. As demais ações e falas do
presidente e de sua equipe não fazem ligação com qualquer
política, ideologia ou conceito que seja defendido atualmente.
O cara criou uma teoria da
conspiração, apoiado por seu “guru”, onde tudo o que está
sendo feito, pregado, propagado e difundido faz parte de uma cultura
marxista, esquerdista, para lavar a mente das pessoas. Todas as
críticas que recebe, todos os problemas do Estado, todo o aspecto
ruim é culpa de uma doutrinação esquerdista.
Além disso, desde que ele se mostrou,
demonstra um ódio profundo aos homossexuais, aos nordestinos (como
ficou claro esta semana), contra todos os que tenham um pensamento
esquerdista, contra quem não é cristão, contra pessoas de
determinado países...
Também demonstra um interesse
tremendo em controles totais, como na divulgação cultural, no
sistema de educação, nas relações exteriores. Aquilo que ele
entende não ser agradável a sua mente deturpada, corta verba,
desfaz, ataca impiedosamente.
A política bolsonarista é
parecidíssima com a venezuelana. Todos os aspectos aqui descritos
são utilizados no regime chavista, com as devidas adaptações às
coisas com as quais ele odeia. O mesmo pode se dizer sobre o regime
norte-coreano. Ambos ditos de esquerda. Mas também muito próximo ao
que vimos no nazismo e no fascismo, de direita.
Já ao observamos o governo alemão,
bem sucedido há muito tempo, temos uma direita austera, muito
liberal, mas que respeita diversidades, lidera com coerência,
respeita as decisões de outros Estados, e na medida do possível,
aceita a diversidade dos povos. A direita alemã, que governa o país,
conseguiu ótimos resultados econômicos, sociais, tecnológicos e em
suas relações, e jamais manifestou qualquer tipo de pregação
contrária a seres humanos de diversos pensamentos.
Pra mim é muito claro que regimes
ditatoriais, bem como aqueles que tomam atitudes nesse sentido, sem
conseguir o pleno sucesso, não fazem parte de uma linha ideológica.
As ditaduras acabam sempre da mesma forma, com o mesmo banho de
sangue e o mesmo retrocesso. A diferença é que aquilo que se
declara, esquerda ou direita, sabemos que os que estão do outro lado
serão perseguidos. Mas a prática é a mesma.
Por isso aqueles que defendem o atual
presidente não estão defendendo ideias de direita. Isso que vemos
não tem nada a ver com direita. E apesar de ser um esquerdista
confesso, tem muitas coisas interessantes pregadas por pensadores de
direita, que estão longe de aparecerem no atual governo. O que vemos
nesse grupo que domina o país é a mais podre forma de manifestação
de ódio, preconceito e desprezo que já presenciei na vida. E
pessoas que ainda não conseguiram perceber essa situação,
infelizmente estão se colocando no mesmo pote desse monte de lixo.
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