Ontem, 03/04/2010, foi meu último dia como professor. Já havia feito meu pedido de exoneração no período da manhã, e fui à noite apenas para me despedir dos meus colegas, assim como receber uma pequena homenagem do povo do 2ºTB. Esperava alguma coisa emocionante, mas nada comparado àquilo.
Pude sentir, através de gestos, ações, palavras e abraços, que realmente deixei alguma marca naquele lugar. Os alunos demonstraram gostar realmente de mim. Recebi posteriormente uma mensagem agradecendo meu carisma. Espero que, além da minha simpatia, que o que tenha ficado seja algo de bom naquilo que eu tentei ministrar ao longo deste período sobre arte.
Trabalhar com o EJA foi um dos raros momentos de prazer na área da educação. Foi tão bom, que todos lutamos demais para que este curso fosse mantido. Todos sabemos que a real intenção do governo é finalizar o curso EJA, pois é um custo alto, segundo as afirmações oficiais, sem muitos números a serem somados por índices eleitoreiros.
Mesmo assim, o EJA é o tipo de turma que realmente está lá porque valoriza o estudo perdido, porque quer tentar recuperar o que ficou para trás, e quer realmente aprender alguma coisa nova e produtiva para suas vidas. Por isso as aulas fluem com muita qualidade, e fiquei realmente triste em ter que abandoná-los.
Também fiquei emocionado com a presença de todos os colegas que dariam aula naquele dia. Todos estavam lá para se despedirem de mim. Nem todos são exatamente amigos íntimos, mas pude perceber que todos tinham algum tipo de consideração por mim. Todos abraços, cumprimentos e desejos de boa sorte ficarão marcados na minha memória, até porque acho que foi o melhor grupo de colegas que já tive na vida.
Fico feliz por ter deixado tais marcas, e feliz demais por ter me tornado um exemplo, onde todos irão buscar sempre coisas melhores em suas vidas. Logicamente todas as conquistas vieram suando sangue, perdendo noites de sono, perdendo momentos com a namorada, deixando de ter lazer, etc. Mas valeu a pena, e agora estou comemorando todo o esforço. E tenho certeza que todos irão se lembrar disso.
Só lamento que algumas das grandes pessoas da escola não estivessem lá no momento final, especialmente a Jane, a Fátima e a Vanessa, que dividiram comigo dentro de uma panela de pressão momentos terríveis, e ao mesmo tempo trouxeram alegria, não só para mim, como para todo o grupo. Mas entendo que ninguém vai sair de casa no momento do descanso só pra uma festinha de despedida de alguns minutos.
Mas fico feliz por todo este legado deixado, pelas boas marcas, pelos exemplos e pelos grandes momentos proporcionados dentro da escola Veridiana, pois apesar de ter enfrentado imensos problemas na estrutura da nossa educação, em politicagem e na falta de interesse dos alunos do curso regular, algumas pessoas fizeram com que estes momentos ficassem marcados para sempre na minha mente.
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