quinta-feira, 29 de abril de 2010

A lei das faltas


É greve dos professores. Uma greve mal feita, mal organizada e mal divulgada, que provavelmente terá baixa adesão, e sepultará em definitivo o fraco sindicato dos professores do Estado de São Paulo, que tem sido mais do que ineficiente em combater o péssimo governo de José Serra em São Paulo.
A imprensa critica algumas reivindicações do sindicato, especialmente a que contesta as provas de ingresso e de “promoção” por mérito. Já me manifestei inteiramente contrário a estas provas, se aplicadas como forma única de avaliar qualquer tipo de atividade. Acho que elas devem existir em conjunto com uma série de medidas que na somatória poderiam avaliar a qualidade do profissional. Mas todos sabemos que mais uma vez, o governo tucano utiliza-se de medidas de alta visibilidade para ganhar alguns votos a mais na eleição.
Mas, uma das maiores críticas que tenho percebido vindas da imprensa até agora, e que mostra que realmente vivemos num Estado onde a educação está enterrada em definitivo, é nosso combate à Lei Complementar 1.041 de 2008, onde os servidores públicos do Estado têm direito a apenas seis faltas médicas por ano, sendo apenas uma vez ao mês.
Ouvi um dos mais consagrados jornalistas do rádio Brasileiro, José Paulo de Andrade, afirmar que esta reivindicação do sindicato é antipática, e que suja a imagem do professor junto ao público. Outro jornalista renomeado, este de péssima qualidade, na minha opinião, que criticou a medida, foi Gilberto Dimenstain, afirmando que deve haver uma forma de controlar o absenteísmo dos profissionais da educação.
Existe um gravíssimo problema de faltas na educação, e este problema tem várias razões, especialmente a situação vivida pelos professores da rede estadual, sendo agredidos, xingados, totalmente desvalorizados e hostilizados pelos alunos, pais, direção, governo e mídia. O sistema nervoso de nenhum ser humano agüenta esta situação. A maior parte dos professores ama a profissão, mas não consegue suportar a situação vivida dia a dia, por mais amor que sinta.
Existem centenas de medidas para combater o excesso de faltas: melhorar a estrutura do ensino; valorizar os profissionais da educação; voltar a entender  a importância da profissão e o papel imprescindível que desempenha o professor; oferecer respaldo para o trabalho docente; etc. Quando se oferece condições adequadas de trabalho fica muito mais fácil cobrar empenho.
Porém, numa das mais cruéis demonstrações do governo Serra sobre como trata seus servidores, ele limita o número de faltas por razões médicas. Agora, aconteça o que acontecer, o profissional não terá direito de se ausentar de seu local de trabalho caso sofra alguma doença. A única saída para este profissional é se ausentar por vários dias consecutivos, caracterizando uma licença médica.
Muitos profissionais estão trabalhando doentes, quando a doença não é devidamente caracterizada para longos afastamentos. A situação da educação propicia o alastramento de doenças, especialmente as de cunho psicológico. Alguns estudos revelam que os professores estão entre os profissionais que mais doenças contraem, especialmente a síndrome do pânico. E mesmo assim, eles perderam o direito de cuidar da sua saúde, direito este assegurado pela Constituição da República Federativa do Brasil.
Mas sabemos que quando vamos a um hospital, especialmente os públicos, os médicos estão proibidos de atestarem o dia ao seu paciente, seja qual for a doença. Nos particulares ainda somos afastados pelo dia em questão, mas nunca mais do que isso. Se o profissional estiver com uma infecção, por exemplo, terá que trabalhar desta forma. Obviamente o tempo de recuperação será muito mais longo, fazendo com que o rendimento profissional caia. Talvez, uma licença de quatro dias fosse suficiente para a plena recuperação e a retomada das atividades profissionais. Mas os nossos líderes preferem a burrice de manter o camarada doente em ritmo inferior. E isto vale para qualquer área.
Daí, a mídia critica nossa reivindicação, da revogação desta aberração. Seremos antipáticos se lutarmos por tal medida. O que eu quero ver é o José Paulo de Andrade enfrentar uma sala de aula, onde deverá preocupar-se os 50 minutos que estiver lá dentro, em impedir brigas violentas, ou será obrigado a ouvir de alunos de 10 anos todo um repertório de palavrões que ele jamais pronunciou na vida. Receberá alguns alunos drogados, outros muitos traficantes. Será xingado várias vezes, outras ignorado, e terá que berrar com todo pulmão se quiser dar uma aula de qualidade. Para segurar a sala, deverá “surtar” e sair gritando, berrando e esmurrando mesas. Tudo isso por um salário incrível. Mas de vez em quando ainda será ameaçado de morte, e outras vezes será agredido fisicamente por algum aluno.
Realmente, a educação no Brasil está irremediavelmente perdida. Parabéns a José Serra, que conseguiu cumprir sua missão de sucatear o ensino público, concretizando a obra de seus antecessores com perfeição. Ele ainda conta com uma mídia adestrada e divulgadora de seus atos, mostrando toda a competência que claramente não existe  no ensino. E assim caminharemos, sem direito a faltas médicas, com dois Paraguais na América do Sul, livros didáticos cheios de pornografia, drogas na sala de aula, violência constante e um índice de escolarização extremamente baixo.
Um Estado cada vez melhor!

Já chega!


Somos governados por tucanos há dezesseis anos. Começou com Mário Covas, passamos por Geraldo Alckimin, e agora estamos imersos no inferno de José Serra. Algumas pessoas defendem com unhas e dentes a qualidade do governo dos dois primeiros. Alguns dizem gostar do Alckimin, mas eu pergunto: o que ele fez para ser bom?
Nosso Estado vem sendo administrado há dezesseis anos pelo mesmo grupo e, sinceramente, não da pra ver muitas melhorias. Construíram uma série de estradas por aí, melhoraram a pavimentação, e só. Alguns vão afirmar sobre  a construção de algumas novas estações de metrô, porém, até isso eles fizeram errado, matando sete pessoas no acidente em Pinheiros. Fora que, graças ao total caos do trânsito na capital, ou se faz metrô, ou a cidade para.
Não sei se alguém já tentou ser atendido pelo sistema de saúde (aí vale qualquer nível dos poderes). Você demora meses para conseguir consulta, mais um caminhão de tempo para marcar algum exame, quando é atendido muitas vezes o médico nem olha direito pra você. Aparelhagem encostada ou em falta, medicamentos muitas vezes insuficientes. Dependemos totalmente da boa vontade e da qualidade dos médicos.
Já a educação é um dos pontos mais fracos do governo estadual, se não for o pior. Sabemos que desde que o PSDB assumiu o poder, as coisas têm piorado vertiginosamente. Os alunos seguem os anos letivos sem saber nada, as condições de trabalho são terríveis, a estrutura é mais do que precária, o professor é totalmente desvalorizado, e agora, pra completar, o governo segue divulgando uma série incrível e revoltante de mentiras para que o povo sem conhecimento pense que tem feito tudo para melhorar a educação.
A segurança pública também é um dos pontos mais deprimentes do governo estadual. Vimos aumentar o índice de criminalidade em 2009, com índices de assassinatos maiores do que há muito tempo. A polícia é despreparada, com estrutura inferior aos bandidos, salários baixos em relação aos outros Estados. Chegamos ao ponto de nos tornarmos reféns do crime organizado, com os ataques do PCC em 2006, onde foi feito um suposto acordo para que os ataques encerrassem.
O Poder Judiciário paulista encontra-se num nível mais do que caótico, com centenas de processos parados, falta de funcionários para dar seguimento à imensa ordem de serviço, destinação de verbas em quase metade da prevista em lei, um sistema ainda desinformatizado e falta de treinamento para os servidores que assumem os cargos públicos.
E o que falar do DETRAN? Se observarmos a qualidade do trânsito no nosso Estado, já dá pra perceber que o órgão não serve pra muita coisa. Você vai ao mesmo, e é atendido da pior maneira possível. Fora que sabemos muito bem o “jeitinho” de se tirar carta, onde você praticamente não faz a prova, se “quebrar” antes. Daí, quando o cidadão é honesto, encontra-se mil e um argumentos para reprová-lo várias vezes, até que ele atinja o valor que deve ser pago para chegar ao “quebra”. E quem é que pode provar tal fato?
Para piorar, o governo paulista parece fazer questão de não cumprir a data base, que é a reposição salarial referente à inflação. Os salários de servidores permanecem congelados às vezes por mais de uma década, e na maior parte das vezes, somente através da greve consegue-se que a legislação seja cumprida. Conseqüentemente, a motivação de um servidor em cumprir o seu dever cai assustadoramente.
Sendo assim, pra que raios vamos manter este grupo no poder? Já demos a eles dezesseis anos para que melhorassem a nossa vida, e eles não o fizeram. Na verdade, muita coisa ainda piorou. Pensando de maneira muito pura, eles tiveram sua chance, e não a aproveitaram. Agora já chega! É hora de renovar no nosso Estado, e tentar mudar a cara da vida que temos. Já sabemos o que esperar do governo tucano, agora é hora de dar vôos mais altos e mais inteligentes. Chega dessa mesmice emburrecedora!

terça-feira, 27 de abril de 2010

O prazer de se cozinhar


Quando eu era pequeno, muitas vezes deixava de brincar com amigos ou com meus primos, para acompanhar minha avó fazer almoço. Ela ficava doida, achava que eu não estava apto ainda, queria que eu saísse de perto. A mesma coisa ocorria quando eu queria ver minha mãe cozinhar.
Mas eu era chato pra cacete. Insisti até que elas começaram a me ensinar. Eu lembro que fiquei absolutamente fascinado quando minha mãe me ensinou a temperar feijão. Sempre que eu via era tanta coisa para fazer, que parecia um bicho de sete cabeças. Consigo lembrar do meu orgulho quando vi o MEU feijão pronto, e aprovado por toda a família.
Desde então, tenho nutrido um grande amor pela arte da culinária. Aprendi a fazer um porrada de coisas, e o que não sei, se alguém me explica, apenas falando, já é o suficiente para que eu me vire. Consigo cozinhar qualquer tipo de salgado, usando qualquer tipo de tempero.
Cortar e limpar carne, cozinhar verduras e legumes, fazer omeletes, criar molhos para macarrão, bolinho de arroz, etc. Não há algo que seja realmente ruim de se fazer. Cheguei a tal ponto de interesse, que fiz a massa de lasanha, assim como a de nhoque, juntamente com a minha noiva (que aliás xingou bastante na abertura da mesma!).
Sigo o livro de receitas da primeira vez, pra entender o ponto e o preparo de cada comida. Depois, faço do meu jeito. E o legal de preparar pratos salgados é que você pode fazer do jeito que achar melhor: substituir o sal por condimentos apimentados, trocar os temperos, enfiar orégano onde não existe, colocar sazon, incrementar cenoura cozida no feijão, enfim, você é totalmente livre para criar.
Não sou muito chegado a fazer doces, porque no doce você tem que seguir fielmente a receita, caso contrário vai perder o ponto e o doce acaba nem saindo. E homens não são lá muito pacientes para ficarem seguindo o manual de instruções em cada coisa que irão fazer. Mas, se eu me determinar a fazer algum prato de doce, sou capaz de fazer da melhor maneira possível.
Minha noiva, nutricionista, odeia cozinhar (apesar de sempre que me vê fazendo alguma coisa ela quer ajudar e faz muito bem feito!). Quando as pessoas perguntam se ela aprendeu, ela responde: “Pra quê? Arrumei um namorado que cozinha!”. Ainda fico feliz em saber que ela admira minha comida (caso contrário iria morrer de fome!). Aliás, sempre é bom receber os elogios de pessoas que se surpreendem com a capacidade de um homem se virar bem na cozinha.
Gostaria de ter mais tempo e mais energia para continuar inventando. Ultimamente ando meio devagar, porque o trabalho consome demais, e ouvir crianças gritando o dia todo tira todo o pique de qualquer um. Mas em breve, quando casar, espero retomar minhas invenções culinárias, e revolucionar a gastronomia mundial!!!

A farsa do Idesp / Saresp


Hoje li uma notícia de que houve avanços significativos na educação paulista, segundo índices do Idesp e as notas do Saresp. Se não me falha a memória, o ano passado ficamos com média 3,5 enquanto agora pulamos para 4,0. Ainda está muito baixa, mas poderíamos considerar que a melhora foi excepcional. Segundo afirmações, deve-se à mudança estrutural promovida pelo governo de São Paulo, instituindo bonificação por mérito (o que devemos louvar, apesar de discordar dos critérios), material didático e currículo padronizado, provas para análise de desempenho, seleção de temporários por avaliação, etc.
Porém, tal análise da melhora é totalmente superficial e não reflete o verdadeiro rumo da educação paulista. Os índices que compõe o Idesp podem ser facilmente manipulados, assim como a prova do Saresp pode ser composta de maneira extremamente simplificada.
Para começar, o Idesp analisa a quantidade de alunos evadidos, isto é, que abandonaram a escola. Este índice é marcado através do número de faltas de cada aluno, ou quando este aluno deixa de comparecer em definitivo. Porém, basta que os professores deixem de marcar as faltas destes alunos nos diários de sala, que o índice irá praticamente zerar. Em casos mais graves podemos manter as faltas, mas em geral, deve-se evitar ao máximo extrapolar as faltas. Há ordens superiores para que não façamos isso, e conversando com professores de outras escolas, podemos perceber que é a prática comum.
Também deve-se contar o índice de reprovação da escola. Para que a escola receba uma bom índice (e receba o bônus) deve-se evitar ao máximo as reprovações. Para tanto, os professores praticamente “chutam” o aluno para a série seguinte, mesmo que ele não tenha participado de nenhuma atividade ao longo do ano letivo ou não tenha obtido qualquer nota superior a 2. Quando a decisão vem do conselho, aí que a palhaçada é incrível: sete professores retêm o aluno por notas, mas a coordenadora ou a supervisora, temendo que o número de repetentes seja alto, praticamente obriga boa parte dos professores a “soltar” umas notinhas para que ele passe. Se tiver idade acima dos alunos da sala, aí que ninguém segura mesmo.
Já o Saresp ainda mantém um certo critério de qualidade, pois os professores aplicadores vêm de outra escola, para evitar fraudes. Porém, as redações são corrigidas pelos professores da referida escola, que, com o interesse do bônus, podem “azular” as notas. Já as questões são elaboradas de acordo com o material didático distribuído pelo governo. A maior parte do material está em desacordo com exames vestibulares e com outros como o Enem, mas segundo os “especialistas” da educação, é o conteúdo certo para os alunos. Daí, é só manter as questões num nível de dificuldade praticamente nulo, para facilitar o entendimento. Então obtém-se boas notas.
Na verdade, não da pra ter qualquer idéia da qualidade da educação com estes exames. Pode até ser que as idéias sejam boas, mas nunca teremos certeza. Pode ser mesmo que sejam boas idéias precisando de ajustes apenas. Os índices são tendenciosos, e não mostram os reais problemas da escola, nem deixam transparecer os erros do governo (críticos citadas em alguns outros textos). Tudo para que nosso imperador José seja eleito presidente, argumentando sua campanha com ótimos números.

domingo, 25 de abril de 2010

Comparações


Final de ano teremos mais uma eleição para presidente. Mais uma vez, os candidatos serão de péssimo nível. Ainda tenho alguma esperança no PSOL, tanto pelas atitudes dos políticos deste partido, quanto pelas propostas. Gostei muito das idéias de Ivan Valente para prefeito de São Paulo em 2008. Mas infelizmente nosso povo não está preparado para um governo realmente de esquerda e que se preocupe com o lado social do nosso país.
Sendo assim, já vou me preparando para a disputa final, um segundo turno envolvendo José Serra e Dilma Rousseff (seja lá como se escreva este sobrenome). Gostaria de dizer que preciso pensar para escolher o melhor, mas no caso aí, como na maior parte das vezes, vamos escolher o menos pior. E eu, particularmente, voto num punhado de merda, mas não voto no PSDB. Ou como diz meu grande irmão, Igor, é melhor votar num cone do que no cara de lesma.
E pensando um pouco mais friamente, deixando de lado o sensacionalismo e a clara tendência da imprensa pró-tucana, vamos fazer algumas comparações entre os dois governos:
FHC conseguiu elaborar um plano que conteve a inflação. Foi o primeiro no país em toda história a estabilizar um pouco a economia e dar os primeiros passos rumo ao desenvolvimento brasileiro. Porém, baseou sua política neoliberalista em empréstimos atrás de empréstimos, deixando o país eternamente refém do FMI. A dívida externa era imensa, e quando o mundo entrou em uma grande crise, vivemos um verdadeiro pesadelo, com a subida do dólar e disparada do risco país. Lula manteve boa parte da política anterior, coisa que critiquei quando começou, e hoje vejo que ele estava certo, diminui sensivelmente o neoliberalismo, quitou a dívida externa, sendo o primeiro presidente a conseguir tal fato, ainda sendo credor do FMI, e conseguiu superar quase ileso uma das maiores crises mundiais dos tempos modernos.
O governo tucano privatizou tudo o que pode, deixando o país nas mãos da iniciativa privada, o que gerou inclusive CPI, cuja mesma nem sequer foi concluída corretamente. Os juros terminaram o mandato FHC em 27% ao ano. Poucos empregos foram criados, e o país conseguiu a proeza de viver a maior desigualdade social de sua história. Por outro lado, no governo do PT, os juros caíram para menos de 10% ao ano, ainda um dos mais altos do mundo. As privatizações finalmente pararam e houve a real retomada do crescimento, com geração de empregos.
Na educação, todos sabemos que o PSDB é um desastre incomparável, o que é impressionante, pois o partido é formado por grandes intelectuais. A política tucana baseou-se na progressão continuada, arrocho salarial aos professores, falta de estrutura na educação em todos os níveis e péssimos índices. Já no governo Lula, poucos avanços foram alcançados. O maior deles talvez seja o Piso Salarial ao professor,  que ainda é incrivelmente baixo. Mas pelo menos paramos de rumar ladeira abaixo.
Comparando especificamente Serra e Dilma. O cara de lesma tem criado uma política pública tenebrosa e ditatorial, restringindo até mesmo o direito às faltas médicas dos servidores públicos (imagina o que vai fazer com você quando for presidente!). O nosso imperador paulista é radicalmente contra os Sindicatos, que servem para garantir nossos direitos trabalhistas, direito inclusive garantido na nossa Constituição (o que mostra que ele nem constitucional é). Já se declarou contra o direito à greve (mais um direito constitucional). O imperador não cumpre a lei da data base, arrochando o salário de todos os servidores. A estrutura do serviço público em São Paulo é das mais precárias (quem nunca ouviu falar das pilhas de processos parados no TJ, ou do nível das escolas?). Várias greves de servidores eclodiram ao longo de seu reinado, sem muita divulgação da mídia, exceto quando a revolta levava à violência, ou quando parava o trânsito. Seus críticos são energúmenos para ele. O imperador não quer saber se seus professores têm habilidades para darem aulas, ele quer apenas que eles passem nas provas, e não se importa que os salários de uma mesma categoria sejam diferentes (alias, quanto mais desunida melhor). Os índices de criminalidade são imensos. A educação é controlada por número de crianças repetentes, e estes índices devem ser diminuídos, mesmo a custo de interferência externa e sem preparo. Seu maior candidato à vice foi derrubado por colocar dinheiro nas meias e fazer oração pelo roubo. Não cumpre seu mandato até o fim, se aparecer algo mais interessante. Foi o principal articulador da PEC do calote, argumentando que tudo pode ser feito em nome do Estado.
Por outro lado, nossa ministra é uma total fantoche e fabricada do governo Lula. Provavelmente seguirá as mesmas idéias, cometendo os mesmos erros, que a mídia está cansada de apontar. Em uma eleição com bons nomes, jamais seria a candidata ideal. A principal crítica (velada) da oposição é que ela fazia parte de um grupo guerrilheiro que combatia a ditadura militar com métodos agressivos. Se isso é verdade, então ela já tem meu apoio, pois qualquer ser humano que arrisque sua vida combatendo uma ditadura é por si só um grande cidadão. Quando temos no país histórico de líderes que usaram métodos violentos, assassinos e cruéis para calar todos aqueles que se levantavam contra o regime, fica clara a necessidade de uma resposta à altura. Os guerrilheiros fazem parte, em sua maioria, do Pt e de partidos de esquerda. Nossos líderes ditatoriais e os torturados fazem parte na maioria do DEMOcratas e partidos de direita.
Sendo assim, fica um pouco menos complicado escolher em quem votar. Dilma é boa para o país? NÃO! Nem em sonhos eu gostaria de votar nele, nem em qualquer pessoa que faça parte da atual cúpula, mesmo sabendo que eles têm seus méritos. Porém, escolher o José como presidente é a mesma coisa que se suicidar com facadas vindas dos pés, passando lentamente pelo resto do corpo até chegar ao pescoço, e ainda perfurando com pontadas superficiais e que provocam muita dor, numa morte lenta e angustiante. E ainda fazendo isso jogando ácido em cima da ferida e comendo merda. Entre Serra e Dilma, ainda voto na Dilma, pois como citei, até um punhado de merda é melhor que o Serra.

sábado, 24 de abril de 2010

As críticas ao PT


Cresci numa família que tinha horror ao PT. As pessoas queriam ver o capeta, mas nenhuma pessoa do PT na presidência. Talvez por este motivo nunca tenha sentido muita admiração pelo partido dos trabalhadores. E quando os vi no poder, tive menos admiração ainda: criação de tributos; corrupção; abandono de ideologia. Todos motivos que qualquer pessoa teria para se decepcionar, como ocorreu a muitos.
O partido surgiu com o ideal comunista e revolucionário. Foi importantíssimo para a derrubada da ditadura. Comenta-se que participou de grupos armados contra o regime ditatorial, sendo acusados de terrorismo. Foi uma das grandes opções contra a direita no nosso país, até vencer as eleições presidências de 2002.
No entanto, o que realmente me irrita não são estas críticas, que são inteligentes e mostram as más facetas do partido. O problema é você receber volta e meia mensagens eletrônicas comentando sobre as ligações do PT com as Farc, ou o grupo assassino ligado ao presidente Lula, o golpe ditatorial que está sendo elaborado pelo Pt para que o Brasil torne-se Socialista, ou o passado de guerrilheira da candidata Dilma à presidência em 2010.
Melhor ainda é quando vem aquela mensagem de “um amigo meu que era do partido confirma isso!”. A mesma tática usada por Bush para invadir o Iraque, e a mesma usada pelos EUA para combater a URSS. Como dizia Collor, é a guerra contra a bagunça, a baderna e a desordem.
Parece que as pessoas realmente pensam que somos estúpidos. Sinto-me vivendo uma cruzada católica contra todos aqueles que se recusam a aceitar Jesus no coração. Tanta coisa inteligente para se falar, e vamos falar justamente sobre essa baboseira?
Tenho uma parenta, que por tudo que há de bom nunca mais tive contato, que realmente deve estar na lista das pessoas mais imbecis com quem tive o desprezar de conversar na vida. Ela insistia nestes malditos e-mails sem inteligência, e não aceitava que eu pedisse que me deixasse de fora de sua caixa de e-mails. Quando eu reclamava, ela criticava e dizia que eu era um “jovem burro e arrogante por não aceitar a verdade”. “Amigos de dentro do partido podiam confirmar isso”. Ela mesma afirmava que já tinha sido partido e visto tudo isso. E para piorar, a “super honesta revista Veja” trazia todas as informações. Não da pra saber o que era mais ridículo. Mas a pessoa falar tanta baboseira e achar que é inteligente é demais, né? E ainda ser do seu sangue revolta demais!
Tanta coisa importante e verdadeira para se dizer, tantas críticas que poderiam ser feitas ao partido, como o posicionamento do PT à direita, o que acabou com sonho de tanta gente, os muitos casos de corrupção que envolviam pessoas grandes dentro do partido, a ajuda exagerada a banqueiros, demora nas obras e investimentos, etc. E a pessoa fica falando este monte de groselha.
E depois ainda acham ruim que agente se irrita quando recebe o vigésimo e-mail seguido com essas asneiras.

Tratamento aos presos


Li ontem algum comunidade do orkut, não me lembro qual, um comentário sobre o tratamento dado aos presos nas cadeias. A pessoa citava que os presos eram sustentados por nós, contribuintes, “comendo do bom e do melhor”, com tratamento “vip”. Comentava que deveriam ser forçados a trabalhar e tratados como realmente mereciam.
Também ouvi, no mesmo dia, um comentário na rádio Bandeirantes comentário de Milton Parron, criticando veementemente nossas leis por criminosos juvenis serem soltos quando completassem dezoito anos, criticando as organizações de direitos humanos por protegerem tais criminosos de eventuais riscos às suas vidas sofridos futuramente.
Parece-me que estas pessoas realmente acreditam que nossos presos são bem tratados. Eu, particularmente, nunca fui preso, mas como qualquer ser humano que viveu boa parte da vida na periferia, tenho boas informações de como é a vida lá dentro, assim como temos relatos em alguns bons filmes. Sabemos que a comida é péssima. Sabemos que não existe banho quente, menos ainda individuais. Os presos são amontoados em celas superlotadas. Não há qualquer condição de higiene. A cadeia tem suas próprias leis, seus próprios donos, e quem quiser viver, deve pagar “tributos” para poder ter sua “paz”. Alguns presos são escolhidos como alvos sexuais para serem abusados. Para sobreviver dentro de uma cadeia, cada preso tem que se submeter às regras do crime.
Não tenho intenção de defender qualquer pessoa que tenha cometido crimes, até porque as pessoas devem pagar pelo que fizeram. Mas também não vou aceitar como normal declarações de pessoas que afirmam coisas tremendamente absurdas. A cadeia é tida como a escola do crime. Não existe qualquer política de reabilitação de presos, nem um controle efetivo sobre o próprio crime que impere nas cadeias, na verdade, os próprios policiais, em sua maioria, acabam sendo corrompidos pelo crime.
Creio que deveria ser obrigatório sim os presos trabalharem, e com tal trabalho sustentarem seus custos dentro do presídio. Além disso, deveria haver um acompanhamento psicológico integral ao tempo de prisão. Algumas pessoas poderão argumentar que o custo disto seria muito alto ao Estado. Acho que o custo que temos hoje em dia com criminosos reincidentes abarrotando cadeias deva ser infinitamente superior. Além disso, todos os presos deveriam ser obrigados a aprender uma profissão na cadeia, para que não estejam a mercê do crime novamente quando forem libertados.
E por fim, acho até certo ponto certo que alguém tenha o benefício de ser libertado antes do tempo de pena caso tenha um bom comportamento, mas não exageremos. Cumprir somente um terço da pena é brincadeira! Ganhar uns 20% em casos extremos já seria bastante válido para que a pessoa tivesse um ótimo comportamento, e tivesse bastante tempo para refletir sobre seus atos.
Já está na hora da nossa péssima mídia começar a trabalhar para ajudar a nossa sociedade, de verdade, sem esse sensacionalismo barato e inútil, mostrando nossas reais falhas sem alimentar ódios sem sentido contra criminosos, formentando sede de vingança e fúria incontrolável. Também já é tempo de nossos governantes oferecerem melhores condições de educação para o povo, assim como um sistema prisional realmente eficaz, onde os presos sejam reintegrados à sociedade com totais condições de seguirem suas vidas de maneira honesta e sem representarem ameaça. E para nós, acho que já é hora de deixarmos um pouco as emoções de lado, e começarmos a analisar a situação sem partidarismo e hipocrisia, pois até agora, nosso ódio não nos tem ajudado nem um pouco a melhorar nossa situação.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Licenciatura pra quê?


Para conseguir ser professor, você deve passar pela faculdade, obviamente. Antigamente bastava o técnico em magistério, e você estava apto, mas agora é necessária a formação superior. E não basta simplesmente que você seja formado, você tem que ser licenciado, isto é, cursar as matérias pedagógicas, que irão instruí-lo como agir em uma sala de aula (ou deveriam instruí-lo).
Por outro lado, os bacharéis acabam optando por se aprimorarem na área, buscando uma atuação direta. Graças a isso, a carga de conhecimento teórico e prático na disciplina escolhida é muito maior. Já o licenciado aprende sempre o básico de tudo, mas sempre voltado em como trabalhar este conteúdo para os alunos. São formações diferentes, que forma profissionais de estilos diferentes.
Um bacharel pode ter qualificações suficientes para dar aula, e por características próprias, ou por um estudo específico feito por conta própria, pode vir a ser um grande professor. Da mesma forma, os licenciados podem seguir seus estudos de onde pararam a faculdade, e acabarem atuando na área. Ambos têm a bagagem inicial para optarem por mudar o rumo de suas carreiras.
O grande problema é que a Legislação Brasileira exige que os professores sejam licenciados. Não importa o quão qualificado sejam os bacharéis, considera-se, de maneira geral, que suas formações não suprem os requisitos necessários para o dia a dia numa sala de aula, as técnicas pedagógicas para transmissão do conhecimento e os problemas encontrados na administração de turmas. E eu acho que a lei está certo, pois enfrentar as pestinhas exige um bom preparo anterior. Se nós, que somos obrigados a cursar disciplinas como pedagogia, estrutura do ensino brasileiro, psicologia do ensino, entre outras, já penamos, imagina quem não tem a menor noção do que seja isso.
Mas, mais uma vez, nosso brilhante e incomparável governador, que pensa que é o imperador maior do nosso reino, resolveu que a lei não se aplica contra ele. Depois de aplicar sua maldita provinha para determinar quem tem mais qualidade ou não para dar aula (este assunto já foi tratado em texto específico sobre o verdadeiro valor de uma avaliação), ele resolveu classificar os profissionais pelas notas. Se o sujeito tem licenciatura ou não, não importa. O que importa é ter tirado boa nota.
Com isso, muitos profissionais despreparados entrarão em sala de aula, no lugar de todos aqueles que investiram em uma preparação condizente com sua carreira. Pode ser que alguns dos bacharéis tenham sucesso, pelos motivos já comentados, mas estamos prestes a mais um desastre da administração Serra. E como sempre, nossa podre mídia está com o tucano no ombro. Afirmam categoricamente que quem tem melhor nota tem que ter prioridade. As pessoas que nunca souberam o que é uma sala de aula estão dando seus palpites sobre nossa profissão. Eu também vou tentar fazer isso quando um médico estiver me operando!
Mas, como sempre, não mostram todos os lados da moeda. Não mostram a realidade diferente dos tipos de formações, nem como foi montada a prova dos temporários. Não questionam a capacidade de cada profissional de atuar dentro de uma sala de aula. Só querem saber da nota.E até mesmo o nosso Tribunal de Justiça foi a favor do nosso imperador, quando deu ganho de causa ao governo, pelo simples motivo de não poder adiar o início das aulas, e permitiu que a lei fosse totalmente descumprida.
E é por motivos como este que eu estou pulando fora...

A mídia vai sempre à direita


Quem não se lembra da edição da Rede Globo para a eleição presidencial de 1989, quando a mesma descaradamente fabricou a derrota de Lula para Collor? Ou quem não se lembra o abafa às manifestações pelas diretas já?
Não é de hoje que mídia do nosso país vem trazendo em seus jornais, programas diários e até mesmo novelas o pensamento dominante da nossa direita empresarial. Através de idéias propagadas em editoriais, manipulação de informação, críticas massissas a tudo o que os contrarie, ou elogios rasgados a todos os atos praticados por aqueles que rumem em consonância com seu pensamento.
Criar figuras de monstros que cometem crimes, fazendo com que a população fique cega por vingança, ao invés de analisar os verdadeiros fatos que levam aos crimes é um dos pontos. Criticar grupos manifestantes que lutam por reformas. Criticar manifestações de greve feita por trabalhadores em condições precárias, focando somente os estragos causados no trânsito. Associar candidatos ou governos a guerrilhas armadas e grupos socialistas, etc.
Como professor, tenho diariamente o desprazer de ver como as notícias são manipuladas pela mídia, como quando temos uma greve, a mídia noticia que queremos apenas aumento salarial, e jamais afirma qualquer uma de nossas reais reivindicações. Quando criticamos um sistema de ensino, enfatiza o esforço do governo em “reformar” o que está errado (e que ele mesmo deixou que ficasse errado), dando pouca importância para a opinião de professores. Afirma que professores tiram más notas em sistemas de avaliação de qualidade, mas não relaciona isso às péssimas condições de trabalho e à necessidade de jornada dupla. Com isso, as coisas se mantém sempre como estão, e a culpa fica sempre em cima do professor, enquanto o governo se esforça em melhorar.
Quando tivemos no Congresso o projeto de lei que obrigaria as operadores de TV a cabo a ter em sua grande uma quantidade mínima de canais nacionais, as mesmas trataram de vincular massissamente em sua programação críticas, dizendo que o Governo tentava impor ao cidadão o que ele deveria ver na televisão, tirando de todos nós a possibilidade de escolher, mas em nenhum momento eu cheguei a ouvir nestas mesmas operadoras a palavra de quem criou a lei, nem como propuseram que funcionaria, nem quais suas intenções. Era uma divulgação unilateral.
Temos ao longo dos tempos uma clara preferência partidárias das principais emissoras de televisão e rádio, quando o assunto envolve a disputa pessoal do PT e do PSDB/DEMOcratas. A opção fica sempre para o segundo grupo, que vem defendendo de maneira mais direta a direita empresarial e o pensamento neoliberal, além de ser fortemente favorável às privatizações. Todos nós conhecemos casos e mais casos de corrupção no governo tucano, como a máfia da reeleição, a fraude no painel eletrônico nas votações do Congresso, máfia das ambulâncias, etc. Todos os fatos são noticiados por um certo tempo, depois esquecido. Mas quando alguém do PT é envolvido em algum escândalo, daí lembraremos dele para o resto da eternidade, como é o caso do mensalão. É bem verdade que depois nosso “companheiro” virou presidente, soltou a verba necessária para a mídia na concessão do sinal, e fez com que as coisas ficassem equilibradas (até porque eu sinceramente nem considero o PT como esquerda, acho que está mais para uma direita socialista, enquanto o PSDB seria uma direita empresarial. De qualquer forma, ambos são da direita).
Daí um sistema de educação enfraquecido, professores despreparados, insegurança pública, programas de baixa qualidade, são coisas bastante interessantes para manter este controle subliminar, pois quanto menos as pessoas conhecem, menos elas pensam.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A inútil discussão sobre a maioria penal


Foi solto o assassino que arrastou um garotinho de seis anos por cerca de 7Km. Cumpriu três anos de pena e por ser menor de idade, é solto e amparado por uma ONG que protege testemunhas. Graças a isso, temos novamente aquela velha, enfadonha e sem sentido discussão sobre a redução da maioria penal para 16 anos. As pessoas ficam indignadas por assassinos serem soltos com pouco tempo de pena, querem punição a todo custo.
Sinceramente, acho que um criminoso ficar preso por três anos é pouco tempo. O tempo de confinamento deveria ser proporcional ao seu crime. No caso de assassinato, que cumpra os três anos de internação em local de recuperação de menores, e depois cumpra o restante na cadeia, como qualquer um. Obviamente, deveríamos ter um sistema de recuperação de cidadãos, onde as pessoas tivessem uma real chance de se redimirem de seus crimes.
Existem muitas questões que cercam assassinos, traficantes e criminosos em geral. Vivemos em um sistema que propicia a formação destes crimes e de criminosos, e não há nada sendo feito para mudar tal quadro, o que passaria por uma educação de qualidade, segurança pública eficiente, melhor distribuição de renda, etc.
Ao invés disso, com muita habilidade, parece que nossos líderes, sempre com o auxílio da mídia, têm desviado o foco da discussão para esta redução penal. Com isso, coloca-se o foco no fato de se as pessoas devem ou não ser punidas por seus crimes com menos idade. As pessoas deixam de refletir propriamente sobre os fatos, e passam a pensar exclusivamente na vingança.
Eu acredito piamente que uma mudança não mudaria absolutamente nada, pois os fatores que levam aos crimes continuariam intactos. Poderíamos fazer com os seres humanos fossem penalmente responsáveis desde o momento em que nascessem, poderíamos matar todos aqueles que cometessem qualquer tipo de crime. Não importa. Não faríamos nada para mudar a situação. As pessoas continuariam pobres, sem estudo, vivendo abaixo da linha da pobreza, sendo abusadas e ameaçadas. Continuariam desprotegidas pela polícia, e continuariam sem um sistema de saúde que atendesse suas necessidades. Continuariam sendo alvos fáceis no recrutamento de novos integrantes do crime.
Mas a mídia sensacionalista prefere gastar seus esforços para criar um ódio incontrolável nos cidadãos, cegando-os para os problemas importantes da nossa sociedade.

Copa dos Catados de 2000


Aproveitando o gancho do texto anterior, acho que é hora de falar da Copa dos Catados de 2000, torneio organizado pela FIFA para tentar superar o Mundial de Clubes disputado no Japão pelo campeão da Libertadores (coisa que poucos conseguem ser) e pelo campeão da Liga dos Campeões.
O torneio foi criado para reunir os campeões de cada continente, e inicialmente seria disputado no Marrocos (salvo engano). Seriam apenas os seis campeões em um sistema parecido com o que vemos hoje. Porém, como o Brasil naquele momento começava a sonhar em um dia ser sede da Copa do Mundo, precisava mostrar que tinha capacidade de organizar um torneio de grande porte. Por isso, graças a tal politicagem, foi declarado como sede do torneio. Estranhamente foi dada vaga ao país sede. Então declarou-se que o campeão Brasileiro poderia disputar o torneio, mesmo que não tivesse vencido a Libertadores.
Mas então ficariam sete times. Precisava-se arredondar para oito. O que fazer então? Colocar o atual campeão mundial. Isso mesmo: na primeira edição do campeonato mundial de clubes da FIFA, teríamos o campeão mundial do ano anterior. Acho que seria o da edição zero...
Mas, com os interesses, seria muito proveitoso que tivéssemos um time de São Paulo e outro do Rio de Janeiro. O Palmeiras era o campeão da Libertadores, derrotando grandes times como o Vasco e o River Plate,  campeões em edições anteriores. Mas nenhum carioca havia chegada no final do Brasileiro de 99, o que geraria um grande problema para os organizadores.
A solução veio quando a Ásia indicou o campeão de 1998 para disputar o torneio. Pronto! Agora a palhaçada estaria completa! O Vasco foi indicado por ser o campeão da Libertadores de 1998, mesmo a copa sendo disputada em 2000. E para o time paulista, logicamente poderíamos imaginar que o Palmeiras, legítimo campeão da América era o time a ser indicado, certo? Errado. O indicado foi o Corinthians, que era o campeão brasileiro de 98. Ou seja, entrava quem os organizadores queriam, e quem poderia dar mais renda.
O mais curioso é que a Europa indicou seu atual campeão, o Manchester, na edição 99. Só que o time inglês se recusou a participar, e o vice, Bayern, também. Então entra o dedo da FIFA, mais uma vez, ameaçando a Federação inglesa, que gostaria muito de sediar a Copa de 2006(e ainda assim não conseguiu). Então, o Manchester acaba sendo obrigado a participar do torneio. O time jogou com tanta vontade, que aproveitou para passear bastante pelo nosso país tropical, conhecer barcos, comércio, etc. Se não me engano, o campeão do mundo de 99 não ganhou nenhum jogo, mesmo tendo o melhor time.
Naquele mês de janeiro, a Europa fervia seus principais torneios, e a Espanha e a Inglaterra tiveram que abrir um hiato com asteriscos, esperando que os dois representantes retornassem do Brasil.
Para deixar as coisas ainda mais picantes, o patrocinador oficial do torneio era exatamente o mesmo que o do Corinthians, que ao lado do Vasco, era o único time que levava a sério esta patifaria. E estranhamento os gambás só foram para a Final porque um dos gols do time, exatamente o gol a mais que possibilitou a vaga, saiu em uma jogada onde a bola não chegou nem perto de cruzar a linha.
Daí, os gambás começaram a se vangloriar de serem os primeiros campeões mundiais da FIFA, desconsiderando todos os torneios até então. Eles sabem que nunca chegaram sequer perto de conquistarem a Taça Libertadores, mas acham que são os campeões do Mundo. Obviamente este é um pensamento que só passa pelo cabeça dos corinthianos, dentre todos os torcedores do mundo, e logicamente é propagado pela mídia, que tem interesse claro em que os gambás pensem assim.
O maior argumento para sustentar mais uma das grandes palhaçadas que mancham a história dos gambás é que é reconhecido pela FIFA. É verdade, a mesma FIFA que luta para tirar o futebol das Olimpíadas, a mesma FIFA que luta violentamente contra os recursos eletrônicos para dar mais transparência às arbitragens, a mesma FIFA que não puniu Henry por ter ajeitado com a mão o lance do gol de empate contra a Irlanda pelas eliminatórias da Copa de 2010, assim como não ver razão alguma para punir o juiz, e ainda ignorar os apelos irlandeses, que foram claramente prejudicados em milhões por este atrocidade, a mesma FIFA que dá cinco vagas à América do Sul, com dez países participantes, para a Copa do Mundo, enquanto continentes com mais de 50 países tem 14 e 5 vagas respectivamente. Daí da pra entender porque os gambás acham tão legal serem declarados campeões da Copa dos Catados com atestado de legalidade da FIFA!

Porque eu odeio o Corinthians


Final do Campeonato Brasileiro de 1990, Corinthians VS. São Paulo. Meu avô, corinthiano, havia torcido pelo São Paulo na Semi Final contra o Grêmio, por ser um time paulista na disputa. Agora eu, admirando a raça demonstrada pelos jogadores do Corinthians, torci pelo time na final, até mesmo por causa do meu avô. Dois rivais do Palmeiras, então tava tudo certo pra quem ganhasse.
Depois disso, vi o Palmeiras derrotar o Corinthians em absolutamente todas as competições importantes que disputou: final do Campeonato Brasileiro de 1994, Rio São Paulo de 93 e mais duas libertadores seguidas. Mas nunca senti muitas razões para ter ódio do Corinthians, mesmo sendo rival, e não torcendo para que este ganhasse.
Mas a raiva começou quando eu comecei a perceber que os torcedores deste timinho da marginal sem número não sabem simplesmente torcer: têm que torcer, quebrar tudo, falar palavrão e se vangloriarem por serem maloqueiros. Eles têm que fazer tudo pelo futebol, mesmo que isso signifique deixem de colocar comida em casa, inclusive para seus filhos.
A televisão demonstra claramente sua parcialidade, mostrando praticamente metade do ano jogos do Corinthians, sendo que o Brasil tem, declaradamente, treze clubes de grande porte, e mais um monte de emergentes. Toda hora temos que assistir jogos dos gambás, até encher o saco. Mas os torcedores nunca se enjoam, e continuam assistindo quantas vezes passarem na televisão.
Para piorar, eu nunca vi time tão ajudado pela arbitragem quanto as galinhas: semi final do Paulista de 98, onde o juiz meteu a mão vergonhosamente contra a Portuguesa; Copa dos Catados de 2000, indo pra final com um gol onde a bola ficou quilômetros distante da linha; Copa do Brasil de 2002, na final, quando o segundo gol contra o Brasiliense originou-se de falta não marcada em cima do zagueiro, além de, logo em seguida, ser deixado de dar pênalti para o time da capital brasileira; O Zveitão 2005 nem se fala! Aquilo não foi um roubo, aquilo foi um verdadeiro arrastão da máfia! Dizer que o time é o legítimo campeão nacional de 2005 é a mesma coisa que estuprar a mãe e cuspir na cara dela em seguida!
Mas o ápice foi ter visto o Corinthians eliminado pelo Palmeiras nas Quartas de Finais da Libertadores 99, e os gambás comprarem camisa do River Plate para torcerem na semi finais da competição (gostaria de saber onde foi que eles enfiaram esta mesma camisa nas edições de 2003 e 2006), e comemorar a derrota do Palmeiras no mundial interclubes para o Manchester, depois de ser CAMPEÃO DA LIBERTADORES, coisa que eles sonham há milênios e tê-los eliminado. E em 2000, ser novamente eliminado pelo Palmeiras, desta vez nas semi finais, e com time melhor, e ainda torcer pelo Boca Juniors na Final, estágio em que eles jamais sonharam em chegar. Não têm competência de vencer e querem torcer contra...
Por isso tudo que eu odeio o Corinthians, e vou perdendo meu tesão por futebol, porque enche o saco a televisão babar o ovo tanto para um time. Enche o saco o povo não pensar em mais nada além deste time. Enche o saco você torcer, ser feito de palhaço, e tudo estar esquematizado para o time que dê mais audiência vença o campeonato. Enche o saco você ver que este time é freguês do seu em competições realmente importantes, e ainda assim eles têm a cara de pau de torcer para que outros façam o que eles não fizeram.

sábado, 17 de abril de 2010

A melhor banda


Como citei em textos anteriores, sou um incurável apaixonado pelo heavy metal, em praticamente todas as suas vertentes, e muitas bandas. Mas uma banda em especial eu adoro incomparavelmente: Helloween. Banda alemã formada em 1984, que já contou com várias formações diferentes, e hoje conta com 14 discos de estúdio e mais três ao vivo.
O som da banda pode ser resumido em algo pesado mas não ao extremo, muito veloz, com uma melodia bastante forte e bem definida, muito técnico e com um vocal mais puxado para o agudo do que para o grave, apesar de usar tons bastante graves em muitas oportunidades. A banda utiliza-se de bateria com bumbo duplo que acompanha a velocidade das guitarras, teclados de fundo que para muitos é imperceptível, e um baixista extremamente talentoso e criativo, talvez o melhor do estilo.
Gosto muito da banda de 1994 para cá, quando entrou para a formação o vocalista Andi Deris, pra mim o melhor do estilo, substituindo o grande Michael Kiske, que é aclamado pelos fãs, mas pra mim é um tanto quanto maçante. Em relação aos guitarristas, gosto de todos. Acho que a banda sempre contou com guitarristas excepcionais e criativos, e com estilos bem marcantes. Na bateria, acho que todos sempre foram muito bons, mas ainda sou mais Uli Kusch, que esteve na banda de 1994 a 2000.
O que realmente me agrada no Helloween é que, apesar de ter as características citadas anteriormente, a banda apresenta uma grande versatilidade, pouco encontrada no Heavy Metal. Vez por outro, a banda resolve mudar sua sonoridade em um álbum. Em 1991, cansada do metal melódico que a consagrou, eles resolveram aderir a uma sonoridade mais hard rock, com dois álbuns, que na minha opinião são muito bons, o “Pink Bubble Go Ape” e o “Chameleon”, mas que para a maior parte dos fãs, foi o fracasso da banda. Em 1994, com o “Master Of The Rings” a banda resolveu mesclar seu heavy metal consagrado com pitadas de hard rock, juntamente com a voz rasgada de Andi Deris. O resultado foi um dos melhores álbuns da banda. Já em 1998 fizeram uso de guitarrais pesadas e sujas, com um dos discos mais pesados da banda, o “Better Tha Raw”, para em 2000 lançarem um disco sombrio e agressivo, o “The Dark Ride”. Por fim, para comemorar os 25 anos de carreira, lançaram alguns de seus principais hits em uma coletânia de regravações, “Unarmed”, onde as mesmas músicas aparecem com arranjos pop e algumas versões orquestradas, um disco que dividiu opiniões, mas particularmente achei muito bom.
É uma banda que sempre selecionou integrantes extremamente talentosos e abertos à música em geral, que sempre aceitou experimentar e buscar novos caminhos, mas sempre se manteve fiel ao metal. Uma banda que não apresenta preconceitos nem se prende a rótulos, e ainda assim consegue ter uma ótima performance ao vivo, com muito carisma e muita alegria.
E para quem gosta, ainda apresenta letras bastante alegres e otimistas, tentando mostrar o bom lado da vida, e razões para continuarmos sempre em frente e lutando. E para os energúmenos que argumentam que os metaleiros têm pacto com o demônio, o Helloween traz em sua carreira uma série de músicas bastante religiosas, algumas delas até bem fervorosas, mostrando que o estilo não tem nada a ver com a crença.
Por isso que eu considero e provavelmente sempre considerarei o Helloween a melhor banda do planeta.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Queda livre


Como a maior parte das pessoas sabe, não tenho medo da morte. Não gosto muito de sentir dores, especialmente aquelas que deixam seqüelas, mas nunca encarei a morte como uma tragédia, entendo que “faz parte da vida”, é inevitável, e quanto mais revolta, mais dolorosa será. Graças a isso, tenho medo de pouca coisa. Vou dizer que tenho medo de sentir dor demais antes de morrer, mas se for rápido, não me preocupo muito.
Mas existe algo na vida que realmente eu tenho um pavor incontrolável: altura. Não há nada pior do que você sentir que não há mais chão sob você, e que você está caindo, sem qualquer possibilidade de se segurar em nada, nem de interromper esta queda.
E não sou o tipo de medroso escandaloso, que fica gritando e se debatendo. Nem o tipo de revoltado, que no medo sai dando porrada em todo mundo. Sou o cara que simplesmente trava e perde totalmente o controle inclusive das reações do corpo.
Eu me lembro quando fui em uma barco vicking bem pequeno, localizado em Avaré, com minha prima. Eu me lembro perfeitamente da primeira queda do barco, e a partir de então, é como se eu tivesse mergulhado em um limbo interminável, de tanto medo que eu senti. Eu não lembro de absolutamente nada, a não ser o fato de minha prima estar me sacudindo, já em terra firme, perguntando se eu estava bem, e que meus olhos estavam cheios de lágrima. Sinceramente,  não sei como eu desci daquele brinquedo.
Gosto da vista de sacadas, acho fascinante o fato de ver a cidade do alto. Mas odeio a mesma vista se uma pessoa estiver ao meu lado. Se tal pessoa encostar em mim então, aí ferra tudo. Mesmo que a pessoa esbarre sem querer, parece que a qualquer momento ela poderá cometer um acidente e me jogar de lá de cima, ou cair por ter encostado em mim. É uma sensação absolutamente terrível.
Nem sequer sinto vontade de lutar contra isso, porque meu pavor é tão grande nestas situações, a ponto de perder os sentidos, que fico com medo de nem conseguir me mexer, e as coisas se complicarem bastante. E vejo muita gente fazer merda, abusando, por perder o medo de altura, ou de qualquer coisa.
Subir no telhado de casa, subir numa escada e ter que ficar com as mãos fora da mesma, subir em um banquinho sem apoio, tudo isso pra mim é um pesadelo incrível. Tarefas simples do dia se tornam um tormento pela falta de confiança que sinto em estar em um local em que eu possa cair, mesmo que este local seja de meio metro de altura.
E o pior de tudo é que meu pai é instrutor de saltos de para quedas...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ansiedade


Um dos meus piores defeitos, da qual parece que não consigo me livrar, é ansiedade. Esta sensação de sabermos que algo irá acontecer em nossas vidas no futuro, e não conseguir tirar da cabeça este futuro, mesmo que ainda demore um pouco para que ele chegue.
E quanto mais tentamos nos distrair, mais parece que as coisas nos fazem lembrar destes problemas. Quando está pára acontecer algo de muito bom, que desejamos por muito tempo, aí que a coisa fica realmente insuportável.
Você não consegue se concentrar em nada: quando você vai ler um livro, lembra. Quando você ouve uma música, alguma coisa te faz lembrar do que esta o deixando ansioso. Quando está fazendo sexo, sua parceira (o) faz algum gesto ou expressão que te lembre o que te preocupa e vai tudo por água abaixo.
Eu mesmo sou do tipo que não consegue nem dormir direito por causa da ansiedade. Neste momento mesmo, são 4h08, minha noiva está dormindo há horas, e eu estou escrevendo este texto, pensando na minha nomeação para o tribunal de justiça. Hoje é dia 15/02 e ela só deve ocorrer no final de março, começo de abril. Mesmo assim, espero por este momento há tanto tempo, foi tão difícil conseguir este lugar, e estou tão decepcionado com a educação, que simplesmente não vejo a hora de chegar este momento.
É realmente algo devastador. Muitas vezes acabamos com nossa saúde por causa da ansiedade: comemos demais (meu caso), comemos de menos, dormimos pouco (meu caso) e quando conseguimos dormir, sonhamos com o que nos preocupa, choramos por tudo, ficamos irritados por qualquer coisinha (meu caso). Pensamos em cada detalhe do que ainda nem aconteceu.
Uma das coisas que mais funcionou na minha vida foi caminhar e correr. Sempre que eu ia fazer uma caminhada em passos rápidos conseguia desviar minha mente. Quando estava com algum aparelho de som então, aí a coisa fluía bem. O grande problema é que hoje em dia tenho dormido pouco, e estou num grau de cansaço tão grande, que sobra pouco pique para fazer meus exercícios (e haja pança para suportar esta pressão!). Quando finalmente consigo me concentrar, chegou a hora de ir trabalhar, ou tenho uma série de coisas para fazer.
Hoje fico um pouco mais feliz em ver os preparativos para o meu casamento, coisa que eu sempre achei um porre, pois me faz esquecer meus pensamentos ansiosos. O grande problema é que quanto mais vou vendo os detalhes, mais vou me empolgando, e mais sinto vontade de que o evento se realize logo, mesmo sabendo que só será em novembro de 2011. Daí bate aquela ansiedade...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Não consigo viver sem


Quando eu terminei meu namoro com a Joyce,  em novembro de 2004, aquilo foi uma das coisas mais “pirantes” que ocorreram na minha vida. Na época eu passava por uma série de problemas emocionais, me considerava o cara mais inútil do mundo, me via como um total fracassado e achava que todas as pessoas sentiam pena de mim. Parecia que aquela menina era tudo o que eu tinha na vida. Eu quis terminar aquele relacionamento destrutivo uma centena de vezes, tinha consciência de que estava sendo péssimo pra mim e pra ela. Mas, mesmo quando eu conseguia, ela acabava por pedir pra voltar. A maior parte das vezes eu pensava que não seria capaz de arrumar ninguém exceto ela.
Hoje, alguns anos depois, vejo que loucura que foi tudo aquilo. Imaginar que a minha vida estaria acabada pelo término de um relacionamento, imaginar que eu jamais poderia amar alguém como a amei. Ficar prolongando algo ruim, o que levou a criação de uma situação terrível, onde hoje nem sequer olhamos um para a cara do outro. Foi tudo algo incrivelmente estúpido. Passados alguns anos, depois que pude resolver meus problemas, consigo enxergar que o fim de um relacionamento jamais significará que sua vida está encerrada, nem que você será incapaz de amar novamente, ou ninguém irá te amar de novo. Não significa que o mundo acabou.
Hoje tenho total consciência das minhas qualidade e defeitos. Valorizo o que sou, e tento melhorar o que precisa ser melhorado. Sei que enquanto eu estiver vivo, sempre haverá uma nova chance de recomeçar e encontrar a felicidade. E aconteceu, tendo hoje uma grande mulher ao meu lado, que me ama acima de todas as coisas, admira quem eu sou, respeita minha personalidade, tem orgulho de mim. Ao mesmo tempo, uma mulher que me faz ter orgulho de tê-la ao meu lado, alguém que admiro cada dia mais, que me faz feliz, e alguém que amo muito. O que parecia uma utopia em 2004 é a total realidade em 2010.
Com toda essa experiência, fico imaginando como algumas pessoas conseguem suportar relacionamentos totalmente destrutivos, sabendo que suas vidas poderiam seguir por rumos muito melhores se dessem uma chance a si mesmos. Um cara que tenha uma namorada mentirosa, possessiva e mal humorada, que agüenta que ela o afaste de seus amigos, brigando com sua mãe e não aceite que ela viva de jeito algum, só pode estar buscando para si mesmo a total infelicidade. Da mesma forma que uma mulher que namore um cara totalmente egoísta, mesquinho e imaturo, sem ser valorizada em qualquer momento, tratada como “resto”, também não pode esperar muitas alegrias para seu futuro.
É estranho pensar que temos tanto medo de acabar com o mal em nossas vidas, quando poderíamos estar buscando alguma coisa muito melhor. Saber que a maior parte de nós tem medo de tentar, tem medo de perder o pouco que temos, mesmo que este pouco seja algo tão nocivo, uma fonte de problemas muito maior do que os raros momentos de alegria que temos em nossas vidas. Ainda mais se pensarmos que a maior parte de nossas vidas passamos sem essas pessoas ao nosso lado, e conseguíamos viver perfeitamente bem sem estes estorvos...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Está na moda


Parece que virou modo agora em nosso país a pessoa não se conformar com o fim de um relacionamento, e tirar a vida do parceiro, sendo que na maioria das vezes chega ao ponto de tirar a própria vida ao término do ato. A maior parte das vezes o crime é cometido pelo homem. Invariavelmente ele comete o crime na frente de várias pessoas.
É estranho pensar que uma pessoa esteja disposta a acabar com sua vida, seja suicidando-se, seja indo parar na cadeia, só para se vingar de alguém que rompeu com algo que para ele era muito importante. Não sei o que leva a tal ato, mas não da para considerar que isto seja normal. Algumas pessoas dizem que tais criminosos têm o coração ruim. Sinceramente, não posso acreditar que alguém que faça uma coisa dessas seja simplesmente ruim, até porque este é um crime passional, algo que a pessoa faz porque o calor da perde a impede sequer de raciocinar direito.
Creio de verdade que tais pessoas sofrem algum tipo de distúrbio gigantesco. Algo que as impede de entender exatamente qual a realidade da vida, e que mesmo com os relacionamentos chegando ao fim, as suas vidas continuarão da mesma forma.  Não pode ser considerado normal o fato de alguma pessoa colocar toda a sua vida nas mãos de uma única pessoa.
Acho que deva existir um sentimento gigantesco de posse, como se a outra pessoa o pertencesse, e que nada mais fizesse sentido se por acaso perdesse sua posse. Imagino que esta seja uma doença obsessiva, que deva ser tratada com algum tipo de terapia.
Rotular tais pessoas de ruins ou malignas é uma boa simplificação de todo o problema, o que parece não tem sido uma boa solução, pois os atos continuam acontecendo e acontecendo. Da mesma forma que a pena de morte ou a prisão perpétua também não parecem ser, nem de perto, soluções mais aceitáveis, pois os próprios assassinos têm tirado suas vidas. Acho que este é o típico problema que poderia ser diminuído com uma educação de qualidade, base familiar e até mesmo uma boa dose de auto estima, fazendo com cada pessoa saiba que pode continuar sua vida mesmo estando solteiro, sabendo que têm os seus valores, independente do sucesso do atual relacionamento.
Mas, temos uma mídia jornalística que adora radicalizar tudo, transformar o fato em sensacionalismo barato, e fazer com que o povo odeie a figura de um assassino e tente resolver tudo de modo radical e violento, sem entender os problemas e sem pensar em que atitudes poderiam solucioná-lo de uma vez por todas.

domingo, 11 de abril de 2010

Vida sexual


Estava conversando hoje com alguns colegas sobre uma mulher, digamos, mais “liberal”, que não se importa muito em ter vários parceiros sexuais, nem quer muitos compromissos com qualquer um deles. Apenas sexo. Fiquei pensando um pouco sobre este polêmico assunto, e em algumas pessoas que conheço que tiveram uma vida assim, ou ainda têm.
Como já citei antes, não sou cristão, portanto, não vejo o sexo como pecado. Entendo que duas pessoas suficientemente maduras para tomarem decisões podem decidir o que fazer ou não. Não vejo qualquer problema em pessoas solteiras em manter uma vida sexual ativa. Acredito piamente que se o ser humano devesse reprimir estes desejos, não os teria. Não há porque você sentir um instinto tão forte e incontrolável se ele for errado. E para aqueles que dizem que o vício da droga é incontrolável, a resposta é que estes vícios nós aderimos ao longo da vida, enquanto o desejo sexual é algo que nasce conosco, assim como a necessidade de comer, dormir, etc.
Não acredito muito nessa idéia de se casar virgem. Acho que o casamento é apenas uma passagem simbólica de um grande amor, e não precisa criar regras para a vida de duas pessoas. Acho mesmo que quando há amor verdadeiro, você não precisa se preocupar com estas convenções cristãs estúpidas.
Já conheci muita mulher realmente promíscua. A maior parte delas eu achava até legal e peguei uma certa amizade (e não tive relações sexuais com a maior parte delas). Mesmo que acontecesse alguma coisa, eu nunca mudei a maneira de ver qualquer uma delas pelo simples fato de terem estas necessidades sexuais afloradas.
A única ressalva que eu faço é que, muitas vezes agente pode perder a noção de sentimentos e de relacionamento quando começa a apenas buscar o prazer. Talvez por ter perdido a confiança nas pessoas, talvez pela sensação de liberdade que o sexo ocasional traz, mas muitas pessoas acabam encontrando um enorme dificuldade de se relacionar por causa disso. A maior parte delas acaba sendo bastante infiel nos relacionamentos em que entra, e via de regra, acaba perdendo boas pessoas por manterem este comportamento. Obviamente cada um faz o que achar melhor para sua vida, mas, sinceramente, não creio que as pessoas sejam completamente felizes sozinhas, nem com relacionamentos superficiais.
As pessoas me perguntam como eu serei quando tiver uma filha. Não acredito que eu vá pensar muito diferente. Acho que ensinar a não estragar a vida por causa de sexo é obrigação de qualquer pai: usar preservativos, não ficar doente, não arrumar uma gravidez indesejada, não expor demais algo que deva ser particular, etc. Mas não creio que compete aos pais decidir a vida sexual de qualquer um de seus filhos, até porque este é o tipo de coisa que a maioria das pessoas faz escondido. Então, pra que ficar me estressando com essas coisas?
Nem mesmo com o que aconteceu com a minha noiva antes de estarmos juntos eu me preocupo. Sei que ela tinha uma vida sexual mais ou menos ativa (menos do que mais, e sinceramente, penso que é azar dela! J ). Sei de todos os namorados dela, de todas as suas experiências, e isso nunca me fez pensar qualquer coisa ruim sobre ela. Mas, ela tinha que viver a sua vida antes de me encontrar, como qualquer um faz. E acho que é doentio demais sentir ciúme do passado de uma pessoa.
Portanto, acho que a vida sexual é algo que diz respeito somente à pessoa que escolhe suas relações sexuais. Quando muito às duas pessoas envolvidas na relação (ou às vezes as muitas pessoas envolvidas). Não acho que devemos julgar alguém porque tem o hábito de fazer sexo, caso contrário, já deveríamos ter condenado praticamente toda a raça humana.

sábado, 10 de abril de 2010

Destino


Algumas pessoas costumam creditar os acontecimentos de sua vida ao destino. Ficaram com tal pessoa na vida por causa do destino, têm tais amigos por causa do destino, moram em tais lugares por causa do destino, passam por alguns problemas por causa do destino, etc. As coisas todas ocorrem por forças maiores, que escolhem seus caminhos ao longo da vida.
Pensando por este lado, concluo que somos meros fantoches da vida, pois seremos obrigados a guiar nossas vidas conforme algumas entidades decidem, não como acharmos melhor. Assim sendo, posso não amar determinada mulher, mas o destino irá me obrigar a casar com ela, e não importa a minha vontade, minhas escolhas e meus sentimentos, o destino irá fazer com que as coisas ocorram de determinada forma.
Estou atualmente lendo um livro de psicologia, realmente muito bom, chamado “Teoria da Escolha”, de William Glasser. Este livro ilustra bastante meu pensamento a respeito, e recomendo para quem esteja um pouco perdido na vida, um tanto deprimido, ou mesmo que ainda não tenha consciência do poder que possui dentro de si, que leia tal livro.
Apesar de considerar o ex-governador Geraldo Alckimin um babaca incompetente, uma das coisas que ele vive dizendo em suas propagandas de campanha é a mais pura realidade: “Governar é fazer escolhas”. Governar a própria vida é fazer escolhas: você escolhe os amigos que quer ter, escolhe a pessoa com quem irá namorar, escolhe a pessoa com quem você perderá sua virgindade, a pessoa com quem irá casar, os tipos de música que irá ouvir, etc.
Tudo o que ocorrerá na sua vida, dependerá única e exclusivamente de suas escolhas. Desde o princípio, quando suas escolhas serão um tanto quanto inconscientes. E ao longo do tempo, você irá fazendo algumas escolhas com base na sua experiência de vida, como as citadas acima, e obviamente, quanto maior seu conhecimento sobre o mundo em que você vive, maior será a chance de suas escolhas serem felizes.
Algumas de nossas escolhas, creio eu que cerca de metade, são escolhas erradas, coisas que fazemos na empolgação, e que depois se mostra um terrível engano. Imagine você que aquela gostosona começa a te dar bola. Você ataca imaginando fazer propaganda de seu potencial. Você poderia ter escolhido não ter feito nada, mas seu instinto animal foi maior. Daí, por algum motivo incrivelmente estúpido, você começa a namorar esta garota. Outra escolha que partiu totalmente de sua vontade. Só que esta garota se mostra de um caráter pra lá de duvidoso, começa a mentir, te tratar mal, e até te trair. Mais uma vez, você tem nas mãos a escolha de que caminho tomar para acabar com esta situação, ou aceitá-la.
Sendo assim, você terá, em todo e qualquer momento, a oportunidade de tomar algumas escolhas que façam com que as coisas sejam diferentes, que façam com que sua vida melhore, ou piore. Por exemplo, você pode permanecer com a gostosona, mesmo sabendo que ela te trai, ou traí-la também, o que provavelmente não vai te fazer muito feliz, ou então, por um fim a este relacionamento desastroso, e buscar algum relacionamento melhor pra sua vida. Dói, eu sei, perder um grande amor, ser enganado, tudo isso machuca pra cacete. Mas no fim, tudo passa na vida, e você, enquanto estiver vivo, terá a escolha de recomeçar a sua vida, e escolher a felicidade.
Algumas escolhas que agente faz não dá pra voltar atrás, como você escolher perder sua virgindade com aquele cara lindo e educado, que você está apaixonada, e depois o cara mostrar que só queria te comer. Aí você pode escolher aceitar que fato é irremediável, e seguir sua vida daí em diante, usando isso como experiência, ou ver tal fato como um trauma, e começar a fazer algumas escolhas que irão te prejudicar em virtude disso.
Da mesma forma, não escolhemos quando alguém que gostamos muito irá morrer. Mas este é um fato da natureza, e não há nada que possamos fazer que mude isso. A dor da saudade é terrível e incurável, mas a sua vida vai continuar, a menos que você escolhe colocar termo a ela, o que não é uma escolha lá muito inteligente. Você precisa superar esta perda, porque é o único jeito para que você seja feliz. Você irá escolher entre mergulhar na tristeza e na depressão, acabando com sua vida por causa disso, ou aceitar que este é um dos fatos mais tristes que encontramos na vida, e seguir da melhor maneira que puder, entendendo que sua vida continua.
Assim, não há nenhum lapso de inteligência em culpar o destino pelas coisas que ocorrem em nossas vidas. Nós somos responsáveis por exatamente TUDO o que nos acontece. Não há uma única coisa em nossa vida que aconteça que não sejamos inteiramente responsáveis. Um fato está ligado a outro, e em todos os momentos temos o poder de mudarmos as nossas vidas, bastante para isso algumas vezes ter coragem para tomar algumas atitudes mais radicais, e entender que temos o poder para superar adversidades. Acreditar em destino é a melhor maneira de usarmos uma desculpa para sermos fracos.